Caso não tenham percebido o meu título em "
Wapanese", hoje trago-vos o meu jogo de luta favorito a
3D:
"Tobal Nº1".
Enchi-me de coragem e lá me enfiei na minha arrecadação, local onde se entra jovem e inexperiente e que quando se sai de lá, já se vem um homem feito de barba rija com pelo menos mais 20 níveis em cima, tais são os perigos que espreitam a cada esquina.
A minha recompensa por tal aventura? A minha
PSX e todos os cabos necessários para a ligar, claro está. Felizmente, continua funcional e impecável, nem pó tinha.
Mas falemos do "
Tobal Nº1". No
Japão vendeu muito bem, pois sofreu do síndrome "
O jogo que vem com a demo do Final Fantasy VI". Mas seria apenas isso, ou tal como
Z.O.E. que é uma obra prima e é apenas lembrado como "
o jogo que trazia a demo do MGS2"?

Isso é conforme a opinão de cada um. A minha, é simples: Perfeito! Quando a
PSX dava os seus primeiros passos e os pogramadores iam tentado a sua sorte em migrar jogos
2D para o
3D apenas possível na
PSX, foi formada a
Dream Factory.
Na direcção do jogo, o veterano
Seiichi Ichii (
Virtua Fighter, Tekken) e no
artwork Akira Toriyama (
Dragonball, Chronno Trigger). O resultado? Um jogo de luta verdadeiramente tridimensional, onde nos podemos deslocar em qualquer direcção na arena, com gráficos sem uma única textura a permitir
60 frames por segundo constantes.
Mas o que faz ou quebra um jogo de luta é o seu controle.
Tobal deixa de lado as convenções da altura e tem apenas
3 botões para ataques: alto, médio e baixo. Adicionado a esses, o botão
R1 para bloquear e o
R2 para saltar. A combinação destes
5 botões permite executar combinações imensamente fluidas e de facil percepção por parte do jogador, não sendo necessário decorar centas de golpes para cada personagem. Mais do que isso, permitia ao jogador inventar um pouco o seu estilo de luta, intercalando o tipo de ataque e mesmo mudando as combinações a meio da sua execução, tornado as lutas por vezes num quase bailado coreografado à procura do erro do adversário. O sistema de pegas é simplesmente perfeito. O modo "
Quest" era um desafio enorme, tendo eu acabado os seus
100 níveis apenas uma vez (
e ter sido recompensado por tal feito... um dia conto-vos!).
E é isso mesmo que vos deixo aqui em vídeo. O meu personagem favorito,
Choji, é um mineiro que entra no torneio em busca de fama e glória.
Gren, favorito do
Norritt, é um aristocrata que entra no torneio em busca de diversão da sua vida chatérrima. Mas no ringue, são apenas adversários, artistas marciais com uma rivalidade qual
Ryu/
Ken ou
Goku/
Vegeta.
É um pouco triste. O
"Tobal 2" nunca saiu fora do
Japão e é considerado como o melhor jogo do estilo alguma vez feito (
e eu confirmo). Embora outros títulos tenham usado este sistema de luta (
"Ehrgeiz" e "The Bouncer" já na PS2) nunca mais ninguém se lembrou que um "
Tobal Nº3" seria muito bem vindo, especialmente uma versão
360/
PS3/
Wii/
DS/
PSP.
Aliás, minto, saiu um
Tobal novo no
Japão há um mês e pouco... para telemóveis! Sinto-me triste, pois olho para a corrente geração e não vejo nenhum jogo de luta
3D a chegar à fluidez e jogabilidade do
Tobal. Quem diria... em
1996 fizeram uma obra de arte e ninguém deu por isso enquanto ela foi sendo esquecida ao longo dos tempos...
Espero que tenham jogado a este jogo. A banda sonora ainda hoje me acompanha... e quanto a ela... quem sabe, falarei num futuro
post.
Shiryu