Quando eu era muito novinho, um dos jogos que mais jogava no Spectrum era o Skool Daze (1985) e, eventualmente, a sua sequela superior: Back to Skool. Olhando para Bully, assumo que o pessoal da Rockstar (ex DMA Designs) fazia o mesmo. Agarrando no motor e conceito do G.T.A. 3 e o resultado é... muito bom!
Esta pérola passou-me ao lado quando foi originalmente lançado para a PS2, pois já andava entretido a dar voltinhas no F-Zero GX na GameCube e suportar duas consolas é algo impensável para o meu bolso. No entanto, lembro-me e bem da polémica gerada à volta deste jogo, sentido-me bastante triste pela hipócrisia das pessoas que criticavam o jogo... mas isso, quem sabe, é assunto para outra altura.
Chegou-me então às mãos este "novo" Bully: Scholarship Edition. Como sempre, tenho algum cuidado com ports de jogos PS2 para a Wii, começa a ser complicado saber quais são pérolas e quais são apenas maneiras fáceis de gerar alguns €uros extra relançando jogos antigos com controlos por movimento.
Abençoada Rockstar, que não cometeu esse erro. Para além de todo o conteúdo do original, a versão Wii conta com alguns extras gráficos, um ambiente sonoro mais diversificado (novas frases aleatórias bastante divertidas ditas pelos alunos), novas roupas, novos penteados e algumas novas missões. Presentes estão ainda minijogos para multijogador e algumas novas aulas (biologia, música, matemática e geografia) que tiram partido do Wiimote.
Como é claro, o controlo foi também redesenhado para os comandos únicos da consola da Nintendo. Este factor faz ou quebra um jogo, e a Rockstar parece estar bem ciente disso. É simplesmente divinal andar ao murro com Wiimote e Nunchuck. De facto, penso que teria problemas em reverter ao controlo original de carregar num botão para fazer tais coisas. O mesmo se verifica para apontar a fisga ou fazer "wedgies".Tudo flui brilhantemente, para primeiro jogo na Wii, neste ponto a Rockstar está de parabéns.
Quanto ao jogo, admito que não é para todos. Quando fui estudande sempre fui certinho e pouco estudioso, tendo mesmo assim notas bastante boas. Por causa disso, era constatemente alvo de "bullying", tendo talvez sido o pico máximo disso ter sido uma vez empurrado de umas escadas de onze degraus abaixo pela bestinha local, pois a rapariga de quem ele gostava, pelos vistos gostava de mim. Foi na segunda classe, por isso imaginem as nossas idades. Bully permite então realizar uma fantasia de muito boa gente: reviver a sua vida escolar! Mas se não querem reviver esse periodo da vossa vida (ou ainda estão nele) de certeza que não vos vai apelar muito.
Mas desta vez, revivemos sem consequências da vida real. Ou seja, podem ser o quanto mauzinhos quiserem, o jogo permite muita liberdade neste aspecto, embora com uma história linear progressiva missão a missão, o que vão fazendo entre missões é da vossa iniciativa. Os gangs rivais do G.T.A. foram substituidos pelos grupos sociais do costume, sendo que quando agradam aos "jocks", vão concerteza chatear os "nerds" e vice versa. Por muito triste que seja admitir (e claro que nunca o faria na vida real), dar uns bananos nas miúdas parvas é também bastante satisfatório. Só eu sei quantas eu conheci que mereciam...
Concluindo, Bully pode não ser perfeito, mas do ponto de vista videojogável, estamos perante tal como Scarface na Wii, a versão definitiva de um jogo, capaz de divertidamente entreter durante bastantes horas. Embora a versão da 360 tenha um novo motor e gráficos em alta resolução, os infelizes bugs que foram shipados na versão final e o controlo pelo clássico joypad não mo permitem recomendar tão vivamente como esta versão da Wii. Se perderam a versão original da PS2, considerem-no obrigatório.
+ Jogabilidade divertida.
+ Sentido de imersão a um mundo com pessoas.
+ História bastante boa.
+ Extras simpáticos.
+ Wiimote!
- Poucas novidades para quem tenha acabado o original.
- Versão 360 com bugs.
Já agora, depois de ter sido levantado depois da queda escadas abaixo e levado para desinfectar os meus bracinhos e um joelho em estado miserável na enfermaria, quando cheguei à sala de aula, em plena aula, cheguei-me atrás da besta que me tinha atirado das escadas abaixo e atirei-lhe com a cadeira que estava mais à mão na cabeça. Em minha defesa, a cadeira era de plástico, fez muito barulho, ele chorou rios de lágrimas e baba tendo apenas ficado com um galo. Em minha defesa... nunca mais fui "bullyed" por ninguém enquanto andei naquela escola.
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