Mais uma semana, mais coisas que me preocupam e tiram o sono neste nosso mundinho videojogável. Mas se pensam que isto vai ser mais um típico olhar por 2007, talvez tenham uma surpresa... ou então não, eu é que tou a dizer isto para vocês lerem... a ver vamos.
2007 foi de facto um ano fabuloso para a indústria dos videojogos. Um pouco por toda a
Internet e imprensa especializada relembram os grandes jogos do ano, enquanto todos aplaudem o crescimento económico que chegou a indústria (
pelo menos para alguns...).
Já eu, estou preocupado. Muito preocupado. Sim, tenho uma
Wii com uma coleção bastante respeitável de jogos. Sim, a
DS é, de facto, uma portátil espetacular. O
Metroid Prime 3 Corruption e o
Super Mario Galaxy são dois dos melhores jogos que alguma vez joguei na vida. No entanto...
... é cada vez mais díficil de ignorar todo o tempo que passei a jogar Wii Virtual Console. Aliás, entre emuladores e as minhas consolas antigas, não consigo contabilizar quanto tempo é que passei no dito "retrogaming" em relação à corrente geração (o "neogaming", portanto).
Existem duas hipóteses:
1) Eu estou velho. São os 30 anos a chegar aí à força toda. Como era jovem e impressionável, fiquei preso na geraçãp dos 16 bit (também conhecida como a geração de ouro os videojogos) pois tinha a idade certa para guardar na memória experiências que hoje são nostálgicas, e este meu comportamento é explicado pelo meu cérebro a enganar a percepção real dos jogos actuais. Assim sendo, não tem nada que se preocupar. Apenas eu é que estou a viver numa ilusão que os jogos do Commodore Amiga, Super Nintendo, Megadrive, Neo-Geo, CPS1 e CPS2 são melhores que os jogos actuais nas prateleiras.
2) Eu estou certo. Alguma coisa se perdeu nestes saltos tecnológicos todos e todo este alarido pela alta definição e fotorealismo serve apenas para esconder o facto que hoje em dia, não há ideias novas, apenas se fazem sequelas de sequelas, obras de arte e inovações causam prejuízo, pensar diferente é estar errado. Neste caso... todos os milhões de dólares do mundo não vão conseguir suportar o facto de que a criação de videojogos não está a evoluir ao mesmo passo da tecnologia.
A ver vamos o que o futuro irá trazer. A título de exemplo, eu amo o Ace Combat 6, é um jogo topo de gama em termos de tecnologia. Não é uma revolução, apenas uma evolução tecnológica, pois o jogo (perfeito como é) é o mesmo dos titulos anteriores das consolas da Sony. Não me importo muito por esta evolução. Mas vamos a ver o Need For Speed Pro Street... epá, tenham vergonha, o Burnout original saiu há uns valentes anos e era melhor em todos os aspectos (que me perdoem os fãs de tuning...).
Sempre houve mais lixo que qualidade nas prateleiras. É uma constante de há uma década para cá. O que mais me aflige é ver a criançada toda a comprar jogos nojentos, copletamente "brainwashed" pelos media e pelo que dita a moda, sendo-lhes cobrado 70 €uros em média por um jogo PS3/360.
Custava-me muito dar 70 €uros por jogos da Super Nintendo, mas pagar isso na altura pelo Secret of Mana, valeu a pena? Valeu sim, pois ainda hoje estimo o jogo que tenho em cartucho. Acham que daqui a dez anos vou ter estimação pelo *inserir nome de título genérico da corrente geração aqui* que me custaria hoje 70 €uros? Se eu tivesse de apostar... a resposta é não.
Despeço-me desejando umas boas entradas a todos, se me compreendem, agradeço. Se forem muito novinhos, é possível que pensm que sou maluco... também é uma possibilidade. Mas só eu sei o quão perto estou de virar as costas por completo à geração corrente de videojogos e "viver de nostalgia" que tanta alegria me trás, ainda hoje. E que me perdoem os "fanbois", mas quero deixar um bem-haja à Nintendo. São os únicos que, de facto, tentam inovar, e com eles, está a minha esperança...
PS: Sabiam que o jogo que mais aguardo em 2008 é o Contra IV da DS?
Shiryu
De
Valman a 31 de Dezembro de 2007 às 02:33
Como muitos já disseram, a industria de jogos sofre de uma sequilitis aguda, doença dolorosa mas que infelizmente entendo. Milhões gastos num jogo original sem ter a certeza que se vai pagar? Cada vez são mais raras as companhias que se arriscam a tal, visto que o custo de produção de cada jogo apenas aumenta - mais e melhor arte, equipas maiores, tempos de desenvolvimento cada vez mais longos. E assim se rererererevisitiam velhas receitas, já provadas no campo de batalha que são as prateleiras das lojas.
Hoje acabei o Portal, e deve ter sido dos jogos mais divertidos que joguei recentemente. Não tanto pela mecânica dos portais em si, mas pelo humor brilhante dado à IA que gere o edificio em que a acção se desenrola, que me fez passar nivel após nivel não para ver o seguinte mas para ouvir o que é que a IA ia dizer a seguir. E o fim do jogo foi definitivamente o melhor que eu vi em muitos anos.
The cake is a lie...
The cake is a lie...
The cake is a lie...
The cake is a lie...
De
Shiryu a 31 de Dezembro de 2007 às 12:39
There is no cake!
De
luxxx a 31 de Dezembro de 2007 às 15:34
É um sentimento algo dúbio. Obviamente que não deixo de ter muitas saudades dos tempos do Spectrum, Amiga, 16 bits, etc, etc, etc.
Mas esses sentimentos devem ser próprios da idade, ou seja, tenho a certeza que os meus filhos sentirão a mesma coisa dentro de alguns anos, quando derem por si a ver vídeos de algumas das obras que passaram a jogar nestes meados de 2000.
Como o meu avô com os filmes mudos... como os meus pais com os policiais negros da década de 50. Todos eles fizeram história, mas não é por isso que filmes como No Country for Old Men não sejam obras-primas.
São novos tempos, novas estratégias e uma indústria que cresceu depressa demais. Mas jogos como BioShock, Galaxy, Zelda DS, Portal e serviços como o Arcade, PSN e VC são "provas vivas" que o sol brilha forte no universo dos vídeojogos.
Apenas há que separar o trigo do joio... nem que essa separação aconteça com mais um crash da indústria.
De
Shiryu a 31 de Dezembro de 2007 às 15:44
Pois, ou istome passa depressa ou desisto simplesmente. O mundo continua se eu deixar a corrente geração. Não seria a primeira vez, sobrevivi um ano apenas de super Nintendo e de Megadrive, mais exatcamente, 2000. Foi preciso aparecer o "Devil May Cry" na PS2 para me fazer saltar para o "upgrade". A ver vamos, se é mesmo o Ace Combat 6 que me faz saltar para o "hi tec"...
De
Hernandez a 31 de Dezembro de 2007 às 16:14
É importante tentar manter uma mente aberta, eu quando compro um jogo, compro-o conforme a minha "mood", e nem me lembro de olhar para a data de lançamento...
Ou seja, nunca vou recusar um jogo, simplesmente porque foi lançado depois de 1999, isso para mim é irrelevante, o que é relevante é o "factor x", também conhecido como... divertimento.
Se me proporciona muitas horas de divertimento puro, é um bom jogo, tão simples quanto isso, nem vale a pena analisar mais nada!
Felizmente continuam a sair nesta nova geração (e também no PC claro), bastantes jogos divertidos e criativos.
Claro que com o passar do tempo vai ser cada vez mais complicado inventar algo 100% original, mas tal como na moda e até mesmo na música, acaba por ser tudo uma questão de "fases".
Tendo tudo isso em conta, continuo a acreditar que temos mais facilidade em pensar afectuosamente nos jogos de antigamente, pois éramos muito mais novos, e como tal também muito mais impressionáveis, na altura em que os jogámos.
Ainda existe muita qualidade, tanto nos videojogos como na música, pode é ser mais difícil de encontrar pois o mundo está cada vez mais superficial. No entanto, enquanto existir humanidade, existirá criatividade, e com ela, grandiosas obras de arte...
De
Shiryu a 31 de Dezembro de 2007 às 16:17
...e blogs extordinarius, claro.
De
Hernandez a 31 de Dezembro de 2007 às 16:22
Isso também, agora com o grupo original completo!
De
Shiryu a 31 de Dezembro de 2007 às 16:27
Ainda faltam 2 para termos os 6 "efant terrible" verdadeiros... mas 4 em 6 já não é nada mau, não senhor...
De
Hernandez a 31 de Dezembro de 2007 às 16:31
Pois, realmente Roshi e Himura também fazem cá falta...
Comentarius Postus