Bem-vindos a Santa Destroy. Ou melhor, bem-vindos à mente genial e peculiar de Suda 51.
Ai... onde vai essa mãozinha!?
Killer 7 foi um jogo que poucos deram o devido valor na altura em que foi lançado. Tornou.-se rapidamente de um clássico de culto, não só pela sua direcção artistica única, mas pela abordagem de temas de tal forma polémicos que fazem o “hot coffe” parecer uma aula de catequese.
O homem, a lenda... o coveiro.
No More Heroes trouxe consigo o mesmo estilo visual e musical, mas a jogabilidade não poderia ser mais destinta. Somos colocados na pele de Travis Touchdown (os jogos da Grasshoper trazem sempre personagens com nomes muito engraçados), um otaku americano com um penteado inspirado no rei do Jackass: Jonnhy Knoxville.
Após ter ganho num leilão online um sabre de luz (fãs de Star Wars: Simm este jogo é para voçês!) decide dar uso ao mesmo, envetualmente cruzando caminho com a “femme fatale” do jogo, Silvia Christel, uma loura em tamanho compacto, a qual até hoje continuo sem perceber se é ou não a personagem feminina mais irritante da história dos videojogos.
Loura e irritante!
Hei-de acabar com uma assim... (T_T)
Após ter dado a volta facilmente a Travis (é parvo E burro ao mesmo tempo, grande Travis!), colocou-o num campeonato entre assassinos, onde Travis despachou “The Drifter”, rank #11, passando assim a ocupar assim essa posição e não tendo outra escolha senão continuar até chegar ao rank #1 ou passar a ser mais uma estatística.
É aqui que o jogo vos larga Travis ao vosso controlo. As suas aventuras (desventuras?) são uma experiência única, uma mistura de vários estilos de jogo, quase todos muito bem conseguidos e que por muitas vezes tocam no perfeito. O quarto do hotel de Travis é um monumento aos otaku. Posters de anime e uma extensa collecção de action figures proliferam, sendo que a parte mais “humana” de Travis se revela com a sua única companheira de quarto, a gata Jean com a qual podemos interagir de algums formas divertidas e que servem muito bem para relaxar entre missões. Aqui podem também fazer “save” da forma mais original de sempre: uma ida rápida à latrina que passa por casa-de-banho do seu quarto (os famosos e já miticos “saves de merde”).
Palavras... para quê?
Porta fora espera-vos Santa Destroy. Uma cidade habitada por peões sem alma que pouco mais servem do que para serem atropelados. É também aqui que vão travar conhecimento com a vossa mota, que parece saida de Akira (fãs de anime: Sim, este jogo é para vocês!). A bina tem alguns truques engraçados a seu dispor, os quais deixo à vossa descoberta, sendo que rapidamente se torna essencial para explorar esta psicótica cidade americana.
Em explorar está parte do gozo de No More Heroes. Por algum motivo que me escapa, os habitantes deitam para o lixo dinheiro e t-shirts fabulosas pelos caixotes da cidade. Passei grande parte do tempo de jogo a arranjar os diversos tipos de t-shirts que com outras peças de roupa compradas na loja Area 51 permitem um bom nível de costomização a Travis.
Passei mais tempo à frente deste espelho do que alguma vez fiz na vida real!
Sad but true...
Existem ainda outros tipo de colecionáveis que vos iram permitir aprender novas técnicas de combate, assim como outras lojas de interesse, como a da bela Drª Naomi com os seus sabres de luz e acessórios, o ginásio onde um gajo esta sempre a mandar-nos despir (não perguntem...) que nos permite treinar um puco como G.T.A. San Andreas, mas de forma mais divertida devido ao uso do Wiimote, um Centro de Emprego que nos permite ter tarefas divertidas como apanhar gatos perdidos, limpar grafitti de paredes ou apanhar lixo do chão de forma a ganhar uns dólares e tickets de entrada para serem usados no “outro Centro de Emprego” onde nos dão missões de assassinatos. O dinheiro é usado principalmente para poderem se increver na proxima luta para subir de rank. Como videojogo, este esquema funciona!
Tantos parágrafos e ainda não vos falei do sistema de luta. Como podem imaginar, o sabre de luz corta muito bem pessoas. Claro, na nossa versão mariconça europeia, os enimigos transformam-se em espetaculares chuveiros de cinza e o moedas. Sinto estar a perder grande parte da experiência sem as fontes de sangue e desmembramentos da versão americana... mas nada a fazer. Travis é controlado com o stick analógico, enquanto golpes de sabre ficam a cargo do botão A e luta corpo a corpo no botão B. Existe uma variedade bastante ampla de combinações possíveis, tornando as lutas (nomeadamente contra os bosses) num verdadeiro bailado de sinestesia audiovisual. Os golpes fatais são desferidos através de gestos de ambos Nunchuk/Wiimote e funcionam muito bem. Aliás, toda a implementação de movimentos dos comandos únicos da Wii está muito bem conseguida, um bom trabalho da Grasshopper.
Drª Naomi, a vossa dealer de lighsabers. "Moe"!
A parte que estou mortinho por vos contar: Wrestling! Suda 51 é um fã incondicional de wrestling, nomeadamente “lucha libre”, a sua vertente mexicana (sim, fãs de wrestling: Este jogo é para vocês!) e isso nota-se em todo o jogo. Travis é um ex-lutador de “lucha”. Coleciona máscaras de luchadores e sabe logo à partida alguns golpes. Por vezes encontra máscaras com recados do seu velho mentor. Ao fazer tal descoberta, aprende um novo golpe. Outra forma de aprender novos truques é ir ao video clube local, comprar VHSs de wrestling, ir ao nosso quarto e vê-las no vídeo. O seu uso é muito divertido e muito bem implementado. Quando forem a desferir um golpe fatal, em vez de usarem o sabre, podem fazer uma pega ao vosso adversário. O golpe que lhe desferem depende do vosso posicionamento em relação ao dito e para o executar, é necessário fazer os gestos que vão surgindo no ecrã para concluir de forma correcta o golpe. Os senhores que fazem jogos de wrestling deviam tomar nota disto!
No More Heroes é mais que um jogo, é um estado de espirito, uma peça de arte contemporânea em formato videojogável. Os seus aspectos mais fracos como alguns glitches irritantes quando andamos de mota ou o facto de precisarmos de fazer “grind” até termos dólares suficientes para conseguirmos pagar a entrada da próxima ranked match são facilmente perdoado pela experiência no seu todo. Um exclusivo Wii que de facto só funcionaria na consola da Nintendo, mesmo que o seu público nativo o tenha criminalmente deixado ficar nas prateleiras. Apelo a que vocês que me lêem não o façam. É o produto de uma mente única e brilhante que se escode sobe o pseudónimo 51 e, se No More Heroes criar público, Suda já demonstrou interesse em criar uma sequela. Quem sabe, desta vez nos chegará sem censura... mas para já, Travis Touchdown foi sem dúvida alguma o maior “Hero” third party a passar na minha Wii (sim, é mesmo tão bom como Zack & Wiki!).
Admito, não é para todos, é para aqueles que tiverem coragem e uma mente aberta a novas experiências. Mas para ser sincero, no meio de tanto lixo que temos hoje nas pratelerias, até nem é assim tão incrível um jogo que tem uma loura, motas, gatos, sabres de luz, wrestling e t-shirts que dizem “Viva Mexico!” ser do meu agrado, né? No entanto, um conselho: Não deixem qualquer elemento do sexo feminino vos apanhe a recarregar o sabre de luz. Confiem em mim, vão ouvir bocas até ao fim dos vossos dias...
+ Estilo artístico único.
+ Banda sonora fenomenal.
+ Uma experiência digna da Wii.
+ Imensas referências culturais deliciosas
+ Viva Mexico!
- Parte do jogo de viajar na mota pouco polida.
- Não é para petizes.
- Onde tá o sangue!? E os gajos às fatias!?
Distribuição Nacional: !?
Classificação Etária: +16
PVP: €?
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.... meow!
[= ExGaD Seal of Awesome =]
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